Denise Ritter
Assessoria de Imprensa deputado Altemir Tortelli
Tortelli questiona contradição entre dados da Secretaria da Saúde e realidade dos municípios
Os dados oficiais da Secretaria Estadual da Saúde relativas ao último quadrimestre de 2017, apresentados em audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (04), foram questionada pelo presidente da comissão, deputado estadual Altemir Tortelli. O parlamentar ponderou que a realidade dos municípios é de crise financeira, o que leva a uma onda de falências de pequenos e médios hospitais e de desmonte da saúde pública no Rio Grande do Sul.
Segundo Tortelli, 80% dos hospitais do estado estão endividados e apelando a financiamentos com taxas de juros de 2% ao mês, o governo deve R$ 400 milhões às prefeituras e os servidores enfrentam o atraso no pagamento de salários. Ele relatou que nos últimos dias, em contato com prefeituras do interior, constatou uma enorme pressão sobre os orçamentos municipais, a existência de filas de espera por cirurgias de até três anos e o que ele considera mais grave: a cobrança paralela por cirurgias realizadas em hospitais públicos.
Segundo relatório apresentado pela Secretaria, as despesas com saúde somaram R$ 3,7 bilhões em 2017. A participação da receita própria aplicada em saúde de setembro a dezembro do ano passado foi de 12,25%, investimento que aparece na reduzida mortalidade infantil, controle da dengue e cura da tuberculose. O avanço da sífilis em menores de um ano gera preocupação nos gestores da saúde. O secretário substituto Francisco Paz disse que o Rio Grande do Sul tem a melhor oferta de serviços de saúde do país, que a taxa de mortalidade infantil, abaixo de dez a cada mil nascimentos, é de primeiro mundo e que “o fato de atendermos as metas não significa que estejamos satisfeitos”.
A íntegra do documento dos gastos do último quadrimestre, de setembro a dezembro de 2017, está no endereço www.saude.rs.gov.br/planejamento.
SAMU
A representante do Sindicato Médico, Clarice Bueno, reclamou das dificuldades enfrentadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU 192, que atende em torno de sete milhões de pessoas, mas sofre restrições no corpo médico, atualmente com apenas 28 prof issionais, além da precariedade operacional. O médico da regulação estadual Roberto Zabaleta, que é concursado e presta serviço no SAMU, relatou o caos que enfrentam no cotidiano, que exige equilíbrio entre a prestação do serviço médico e o desespero da população que solicita o SAMU por desconhecimento da sua natureza.