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Confira seis dicas para transformar o cartão de crédito no melhor aliado



Associado ao alto endividamento e a taxas de juros estratosféricas, o cartão de crédito ganhou ares de vilão no Brasil. E motivos não faltam. Conforme uma pesquisa da Cantarino Brasileiro/IGEOC, divulgada em outubro, 53% das dívidas dos brasileiros estão no cartão. Levantamento do Banco Central aponta que 40% dos usuários do cartão de crédito estão inadimplentes ou com parcelas em atraso.

Mas cautela antes de pregar a transformação dos cartões em tochas: esta forma de pagamento é considerada uma das mais assertivas para o controle de despesas pessoais. Como centraliza todos os pagamentos em uma só "conta", o cartão permite visualizar facilmente, pelo celular ou na internet, a atualização das despesas e o limite disponível até o fechamento da fatura, evitando sustos. Alguns sites separam por cores o perfil dos gastos, ajudando o consumidor a visualizar melhor seus gastos.

O cartão também é valioso nos meses em que o orçamento fica apertado. Em vez de entrar no negativo da conta corrente ou ter de recorrer a um empréstimo, o consumidor pode fazer suas compras no cartão de crédito para pagar (sem juros) no mês seguinte.

—Além de facilitar o planejamento financeiro, o cartão oferece outros benefícios oferecidos pelas administradoras, como pontos que podem se transformar em passagens aéreas ou produtos, seguro viagem grátis, promoções em restaurantes e cinema, por exemplo — lembra a consultora financeira Camila Bavaresco.

Use com sabedoria

Para que o cartão seja efetivamente um aliado, é preciso utilizá-lo com sabedoria. Conforme consultores financeiros, o plástico não pode ser gerido como um "complemento de renda", ou seja, um instrumento a ser esgotado quando o orçamento do mês termina. Isso porque, no mês seguinte, quando chegar a hora de pagar a fatura, se o consumidor tiver com a conta vazia, terá de parcelar a fatura.

— Uma maneira prática de manter o gasto no cartão sob controle é estabelecer um limite alinhado à capacidade de pagamento da fatura. As operadoras já oferecem aplicativos e alertas para ajudar neste controle — afirma o consultor financeiro Jó Adriano da Cruz.

O correto é ter uma opção bem definida para as despesas mensais: ou gastar no cartão de crédito mantendo dinheiro na conta corrente, ou gastar na conta corrente e, eventualmente, fazer alguma compra mais cara ou parcelada no cartão de crédito. Outra dica essencial é evitar o rotativo, ativado quando se paga o valor mínimo do cartão. Verdadeiro vilão do endividamento, o rotativo tem juro que chega a 332,4% ao ano, com potencial para transformar qualquer dívida em uma tremenda dor de cabeça.

Quem se sai bem no uso do cartão, por sinal, costuma passar longe do rotativo. É o caso do engenheiro Heitor Vicari Junior, 35 anos. Precavido, evita usar o plástico nas compras do dia a dia, como gasolina e supermercado, para não deixar a conta subir muito no mês seguinte. Com o cartão, organiza as despesas mais altas, como parcelamento de eletrodomésticos ou compra de passagem aérea sempre sem juros, para não depender de empréstimos ou carnês:

— Negociei com o banco a isenção de anuidades, e isso é fundamental para evitar um gasto a mais no mês. E para melhorar, gosto de aproveitar o desconto no cinema oferecido pelo meu cartão. Ou seja, sabendo usar, o cartão ajuda muito.

6 dicas para aproveitar melhor seu cartão

1. Organize para que a data de pagamento seja posterior ao pagamento do seu salário, evitando correr o risco de atrasar o pagamento. É recomendável que limite do cartão de crédito não ultrapasse 30% do ganho mensal, evitando gastos exagerados.

2. Use os aplicativos e os sites do cartão como instrumento de gestão do orçamento: eles mostram gráficos que informam quanto já foi gasto no mês, no que e quanto do limite ainda está disponível.

3. Ao invés de pagar à vista, pode ser mais vantajoso parcelar sem juros (desde que o valor caiba no orçamento mensal) e investir o dinheiro, considerando os rendimentos. Atualmente, há cartões de crédito que oferecem descontos quando o cliente adianta o pagamento das parcelas, outra forma de economizar.

4. Evite pagar a anuidade do cartão de crédito. Hoje é possível encontrar cartões que não cobram taxa de manutenção, como os dos bancos digitais. No caso dos bancos convencionais, é válido negociar com a operadora a redução dessas taxas _ geralmente, os bancos são receptivos para esta negociação.

5. Saiba aproveitar os benefícios que o cartão de crédito pode oferecer, como prêmios e milhas que se acumulam de acordo com os pagamentos. Lembre-se de que os benefícios expiram, então, é preciso se organizar para não perder a data de utilização.

6. Compras online costumam ser mais seguras quando pagas com cartão de crédito. Isso porque há uma lista de normas que os sites têm de seguir para cobrar via cartão, então, o risco do site ser fraudulento é menor. Além disso, é mais fácil cancelar uma compra quando é feita por cartão, em vez de boleto bancário ou transferência, por exemplo.

Fontes: especialista em comércio eletrônico Frederico Flores e consultores financeiros Reinaldo Domingos, Camila Bavaresco e Jó Adriano da Cruz.

O que não fazer com seu cartão de crédito

1. Fazer compras no Exterior: além de pagar IOF mais elevado do que pagamento em dinheiro, o cartão de crédito costuma ter taxas de conversão mais caras do que as casas de câmbio. A exceção vale para quando o país onde se consome isenta de impostos os pagamentos no cartão, como é o caso do Uruguai.

2. Pagar o mínimo da fatura: é o erro que leva muita gente à inadimplência. Quando paga-se o menor valor da fatura, entra-se no crédito rotativo, com juros que passam de 10% ao mês e, após 30 dias, conduzem o cliente ao parcelamento automático.

3. Fazer saques, quando não estiver vinculado a uma conta bancária: a maior parte dos bancos cobra uma taxa quando se faz saques em caixa eletrônico. As tarifas de saque costumam girar em torno de R$ 5 a R$ 10 por operação. Portanto, use apenas para emergência.

4. Gastar mais do que 30% de sua renda. Gastar demais no cartão é o mesmo que criar uma dívida pesada para o mês seguinte. Para evitar que a próxima fatura drene uma parte muito alta de seu salário, evite gastar o equivalente a mais do que 30% de sua renda.

Fonte:Diário Gaúcho.

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